Através do livro “A
Cruz de Cristo” de John Stott, tive a oportunidade de conhecer
algumas facetas do cristianismo na história, assim como o
significado da cruz em determinadas épocas e gerações. De fato,
desde os primeiros séculos, depois da ascensão de Cristo ao céu,
existiram sempre dois grupos: os que compreenderam a cruz e se
gloriaram nela, e aqueles que não entenderam e distorceram o seu
significado.
A verdade é que a
religião constituída pelo homem é totalmente oposta à mensagem da
cruz. Enquanto uma prega que é preciso nos esforçarmos para sermos
aceitos e dignos diante do Deus santo, a cruz revela que tudo já foi
consumado em Jesus. Por causa Dele, já fomos aceitos com prazer pelo
Pai em Sua presença!
Tive a oportunidade de
conhecer diversas igrejas do Brasil, e pude perceber o quanto muitas
delas ainda vivem debaixo de uma tensão, como se a cruz não tivesse
sido suficiente. Se esforçam para agradar a Deus com suas próprias
forças e caminhos, lutando diariamente com um sentimento de culpa e
indignidade, pois nada do que fazem, por mais certinho e religioso
que possa ser, é capaz de dar uma consciência limpa e livre.
Lembro-me bem do sentimento que eu tinha quando era criança... Uma sensação de medo sobre tudo o que dissesse respeito a Deus. Até que
um dia tive meu encontro pessoal com Jesus, lá para os meus 9 ou 10
anos. Foi uma experiência incrível, sozinha no meu quarto, através
de um pequeno livro que falava sobre o que era ser um verdadeiro
cristão. A partir daquele dia, descobri que existia algo na presença
de Deus que fazia com que tudo mais perdesse a importância. Essa
presença me transformava, me libertava do sentimento de medo e
desamparo. Foi então que começou uma linda e obstinada jornada em
minha vida de busca por Deus. Eu queria conhecê-lo mais, queria
saber agradá-lo. Eu tinha uma motivação verdadeira em tudo o que
eu fazia, apesar de ainda sofrer com sentimentos de culpa, peso e
indignidade perante Sua santidade. Creio que o Pai reconhece quando
um coração é verdadeiro em buscá-lo. E mesmo que a pessoa ainda
possua pensamentos distorcidos a Seu respeito, Ele se revela, se
deixa descobrir, se derrama cada vez mais sobre esses seus pequeninos
sedentos que O buscam de todo o coração. Foi o que aconteceu
comigo! Durante essa minha busca, fui conhecendo o amor de Deus, Sua
graça, até enfim ter um encontro forte e definitivo com a cruz. Foi
um processo longo, que está durando até hoje... mas que mudou a
minha vida pra sempre! Finalmente compreendi o que Jesus fez por mim.
Entendi que o véu do templo se rasgou no momento exato em que Jesus
morreu, revelando para todas as gerações
que
o
caminho
para
o
Santo
dos
Santos
estava
aberto,
livre
para
todos
nós!
Agora
poderíamos
servir
a
Deus
sem
medo,
pelo
novo
modo
do
Espírito,
como
diz
em
Romanos
7.6:
“Mas
agora,
morrendo
para
aquilo
que
antes
nos
prendia,
fomos
libertados
da
lei,
para
que
sirvamos
conforme
o
novo
modo
do
Espírito,
e
não
segundo
a
velha
forma
da
lei
escrita.”
Vejo
que a Igreja brasileira precisa receber de uma forma ainda mais
profunda a revelação da cruz. É preciso que cada cristão tenha um
encontro pessoal com ela, algo que nenhuma teologia pode descrever.
Pois ainda há muitos que estão vivendo debaixo de uma opressão de
satanás, sofismas e mentiras que trazem culpa, condenação, peso,
medo, sentimento de orfandade e indignidade. Creio que essa é a
maior e mais eficaz estratégia do inimigo para abater um filho de
Deus: acusando-o. E se a Igreja de Cristo não tiver uma base firme
de conhecimento da cruz, ela sempre estará fraca e vulnerável às
acusações de satanás.
O
que
mais
precisamos
nas
igrejas
brasileiras
é
de
líderes
marcados
pela
cruz,
não
só
na
questão
de
compreender
a
graça
do
perdão,
da
substituição
e
do
amor
incomparável
demonstrado
ali
por
nós,
mas
também
na
questão
da
auto
negação
e
renúncia.
A
mensagem
da
cruz
também
nos
remete
a
necessidade
de
negarmos
a
nós
mesmos,
assim
como
Cristo
se
negou
para
fazer
a
vontade
do
Pai.
Seguir
Jesus
significa,
acima
de
tudo,
ser
crucificado
com
Ele.
Essa
é
a
morte
do
eu;
é
a
aniquilação
da
nossa
natureza
pecaminosa.
É
impossível
alguém
ser
discípulo
de
Cristo
sem
querer
crucificar
sua
velha
natureza.
Assim,
apenas alguém marcado
pela
cruz,
que
sabe
o
que
é
morrer
pra
si
mesmo
e
para
o
mundo
a fim
de
viver
inteiramente
para
Deus,
pode
pregar
a
cruz.
A
Igreja
precisa
ser
levada
a
esse
entendimento
de
que
não
estamos
aqui
para
fazer
a
nossa
vontade,
mas
sim
vivermos
para
Aquele
que
nos
amou
e
se
entregou
por
nós!
Pois
se
participamos
de
Sua
morte
e
de
Seus
sofrimentos,
também
participaremos
de
Sua
glória!
Glória
essa
que
jamais
se
penetrou
em
mente
humana!
Aleluia!!!