terça-feira, 4 de novembro de 2014

Grandeza segundo Deus

Era uma linda tarde de verão quando senti-me convidada a fazer uma caminhada, seguindo um caminho que minha memória de criança conhecia muito bem. Iniciei a aventura, já maravilhada pelo lindo cenário alaranjado do pôr-do-sol que me acompanhava.
Cheguei a uma certa altura da caminhada, no pico mais alto da rota, quando me deparei com um cenário que me impactou. Contemplei algumas plantinhas compridas e com "pelos" na ponta que brilhavam sob o alaranjado e amarelo ouro pintado no céu. Aquelas plantinhas não tinham cores vivas, belas flores ou algo que chamasse a atenção de quem passasse por ali. Eu poderia até chamá-las de mato, algo bem comum. Porém, dentro daquele cenário com o brilho do sol, elas se tornaram como cristais, brilhando em meus olhos uma das paisagens mais arrebatadoras que já vi! Não pude conter as lágrimas de alegria e emoção por sentir a presença de Jesus em tudo ali! Sim, Ele estava presente... Em tudo o que eu avistava eu podia perceber Sua beleza, ternura, amor, cuidado, carinho... Eu sorri! Senti também Seu prazer e alegria em ver o meu deleite por esse encontro com Ele! Mas naquele momento, Ele começou a ensinar algo ao meu coração...

"Filha, vê essas plantinhas? Elas não são grande coisa aos olhos de muita gente, não são o tipo de planta famosa ou bonita que chame a atenção de todos que passam. Elas podem até ser confundidas com mato, tratadas com insignificância e facilmente arrancadas. Elas nasceram ali, e vão morrer ali. Elas jamais sairão desse lugar ou farão qualquer outra coisa além de estarem simplesmente plantadas, vulneráveis, frágeis. No entanto, essas plantinhas insignificantes sob o brilho do sol, formaram um cenário e revelaram uma beleza pra você que te fez ter um encontro comigo! Elas foram instrumentos pra revelar a minha própria glória a você, algo tão forte e profundo que você jamais será a mesma depois dessa experiência! Sabe filha, a grandeza aos olhos do mundo é muito diferente do que é grandeza aos meus olhos. Essas plantinhas não fazem nada além de serem o que foram criadas pra ser, e por isso refletem a minha glória, revelam quem eu sou. Filha, se através de um simples sorriso seu uma criança vir a mim, saiba que isso é tão grande aos meus olhos! O propósito da sua vida vai além dos seus muitos afazeres, dons e talentos, vai além do fardo e da pressão do desempenho pessoal que o mundo vive impondo. Você foi feita pra revelar a minha glória, e fazer isso nas coisas mais simples do dia-a-dia, como uma plantinha que simplesmente está plantada no lugar certo, sendo sustentada por mim, numa posição de receber e refletir a luz do sol, que revela uma beleza que não vem dela, mas que a cobre e a torna um poderoso instrumento pra que outros tenham um encontro com minha presença! É isso, filha! Contente-se em ser quem foi criada pra ser em mim, florescer onde te plantei, sendo sempre um instrumento pra que outros tenham um encontro comigo! Isso sim é ser grande aos meus olhos!"

Fiquei extasiada! Chorei incontrolavelmente diante de tão profunda revelação!
O que é grandeza? O que realmente importa? O que de fato é grande aos olhos de Deus? Descobri que o discurso do céu é bem diferente do discurso do mundo. Jesus revelou: "Aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus." (Lc 16.15b). E Ele também nos deixou registrado: "O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração." (1 Sm 16.7)

A grandeza segundo o mundo sempre irá nos levar à pressão do desempenho pessoal, à fome pelo reconhecimento humano tão frágil e passageiro que nunca consegue nos saciar, ao fardo da comparação e escassez, onde o que somos e fazemos nunca é suficiente, e jamais alcançamos um senso de propósito, de missão cumprida.  Em contrapartida, a grandeza segundo Deus diz que SER é o bastante! "SOU filha amada de Deus! SOU querida! SOU salva em Cristo Jesus! SOU a coroa de Sua criação! SOU chamada por Ele para ser uma expressão de Seu amor e glória!" A Grandeza segundo Deus tem um prazer de se revelar nas pequenas coisas e na simplicidade do nosso dia-a-dia... se revela na minha humanidade! Ele não se impressiona com holofotes, status quo, títulos e posições... Ele é o Deus que nos vê no secreto, que conhece e se importa com o nosso coração, com aquilo que ninguém mais vê. Ele é o Deus que criou a grande árvore de eucalipto, mas que também criou a pequena e frágil joaninha. Ele se importa! E de acordo com a história, parece que de fato Ele sempre preferiu revelar Sua força através do que é pequeno e fraco, Sua grandeza através do que é insignificante aos olhos do mundo, quebrando assim toda a vaidade humana que insiste em não depender do seu Criador.
Comece a observar os vestígios da glória de Deus ao seu redor, deixe-se ser arrebatada pelas incontáveis testificações de Sua presença, cuidado e amor que te cercam todos os dias! Olhe para a beleza de Deus revelada ao seu redor, descubra o quanto Ele tem prazer em você, e deixe Ele te curar e te libertar de toda e qualquer escravidão e fardo deste mundo, trazendo uma nova revelação do que de fato é grande, precioso e importante aos Seus olhos!

"E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada." (Lc 10:41-42)

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Quem quiser... tome a sua cruz!

Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me." (Lucas 9.23)

Um dia aprendi que a obediência é uma atitude de amor. E essa verdade me acompanhou em minha batalha de criança pra conseguir obedecer e honrar os meu pais. A luta era diária! Brincar na rua era o que eu mais amava fazer... por que então eu não podia brincar até a hora que eu quisesse, já que era tão bom? Eu não queria ter que levar o lixo pra fora ou passar pano na cozinha... por que eu tinha que fazer coisas tão chatas enquanto o que eu queria mesmo era assistir televisão e comer biscoito?! Mas logo eu era levada à reflexão de que, se amo meus pais, vou obedecê-los. E mais ainda... se amo a Deus, preciso obedecer meus pais.
A obediência sempre requer uma morte para o EU. No momento, parece ser triste ou dolorido, porém, os frutos da obediência sempre são de vida e alegria!

Fico constrangida ao observar a vida que Jesus levou. Ele foi o maior exemplo de obediência até a morte... e morte de cruz. Ele sim tinha todos os motivos e direitos do mundo para se defender, se recusar a se submeter a qualquer lei humana, pois Ele era Deus. Ao invés disso, Ele se esvaziou de Sua glória, abriu mão dos Seus próprios direitos, Ele nasceu como homem, cresceu como homem, sofreu como homem, sentiu fome, sede, calor, se feriu, se machucou, foi traído, negado e abandonado por amigos bem próximos e foi torturado até a morte injustamente, tudo por obediência. Fico pensando o quanto deve ter sido desconfortável se submeter a esse propósito Divino. Nem sempre fazer a vontade de Deus é confortável! Mas sempre, sempre, envolve paz.

Acredito que Jesus não tenha morrido somente quando chegou à cruz. Ele conseguiu chegar à cruz porque morreu pra si mesmo antes. Ali no jardim do Getsêmani, quando clamou a Deus: "se possível afaste de mim este cálice", e Ele mesmo conclui a oração, antes de receber a resposta: "contudo, seja feita a Tua vontade, e não a minha."... Pronto. Jesus já estava morto. E porque Ele morreu pra si mesmo, entregando e submetendo toda a Sua vida nas mãos do Pai, Ele foi capaz de ir pra cruz e cumprir o Seu propósito na terra com sucesso.

Jesus declarou que quem quisesse se tornar um verdadeiro discípulo, precisaria estar disposto a se negar e tomar a sua cruz diariamente para segui-Lo. Ele nos convidou a trilhar o mesmo caminho que Ele. Nos convidou para morrer com Ele.

O "negar-se" e "tomar a nossa cruz" é algo diário. Quais as situações e vivências do nosso dia-a-dia em que precisamos aprender a ir pra cruz? Onde o nosso EU está vivo demais?
Uma vez ouvi que quem está morto não se ofende, não se defende, não peca e não tem direitos. Será que temos morrido o suficiente no nosso dia-a-dia a ponto de abrir mão dos nossos próprios direitos e senso de justiça? Bem, foi o que o nosso Mestre fez.

O nosso amor por Deus nos possibilita a obedecê-Lo, e todo ato de obediência sempre vai envolver morte do nosso EU. Mas também é verdade que pra toda morte em Cristo sempre há uma ressurreição. A experiência da cruz não termina na morte, mas sim na ressurreição e glória eterna! Aleluia!!!

Que possamos morrer, para então aprendermos o que é viver!

Suelen Migowski

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Inauguração - parte 2

Quem acompanha esse blog sabe que desde pequena sempre gostei muito de escrever, e que a escrita sempre esteve muito presente no meu relacionamento com Deus, como parte essencial da minha espiritualidade. Porém, de uns tempos pra cá, mais especificamente desde 2010, essa prática diminuiu muito na minha vida. Não sei explicar bem como aconteceu, mas simplesmente parei de manter diários e cadernos onde eu escrevia minhas orações e desabafos para Deus. Mas em compensação, foi uma época em que mais compus músicas, e desenvolvi a prática de me expressar falando, com voz audível, coisa que sempre foi um tanto difícil pra alguém com temperamento mais tímido e reservado como eu. Com isso, entendo que o Senhor tem os Seu modos e tempos certos de tratar conosco o que Ele deseja, e de desenvolver em nós o que Ele deseja. Vejo que a ausência da escrita me fez desenvolver outras áreas que estavam meio estagnadas em mim, e como foi libertador! Na verdade, tem sido. Dia após dia tenho experimentado a benção de conversas profundas, tanto com pessoas como com Deus, de usar as palavras para abrir o coração, expressar sentimentos, gostos e opiniões... como é bom! O Senhor tem rompido isso em mim e tem me curado através da prática de falar, que é uma experiência bem diferente da de escrever.

Mas essa semana em especial peguei-me pensando muito no blog "Uma Geração de Adoradores", em como tudo começou, os sentimentos e convicção que eu tinha da parte de Deus sobre os Seus propósitos para esse blog, os testemunhos que eu recebia de pessoas tocadas através das reflexões e testemunhos postados aqui... são 10 anos de história! Esse blog tornou-se praticamente uma expressão da minha vida e caminhada com Jesus, e um instrumento de inspiração pra que outros experimentassem um relacionamento mais íntimo e afetuoso com Ele também, desenvolvendo uma vida de adoração constante, intensa e apaixonada por Ele!

E em meio a toda esse reflexão e lembranças, surpreendi-me ontem ao receber em meu e-mail um comentário no blog de um irmão que não conheço, mas que se apresentou como alguém que acompanha o "UmaGeAdo" desde os 19 anos (hoje ele tem 29), testemunhando pra mim o quanto os textos postados aqui já o abençoaram e o sustentaram em situações específicas, e me perguntou por que parei de escrever.
Confesso que li esse comentário do irmão com os olhos marejados e coração impactado, pois casou com uma semana em que eu estava justamente reflexiva com isso. Senti um apontamento do Pai nisso tudo. Senti como se Ele me dissesse: "Filha, é hora de voltar a escrever... Ainda quero te usar assim!"

Pois bem, aqui estou... De volta... Contando com a graça e misericórdia do meu Amado pra me ungir e capacitar outra vez, pra testemunhar tudo o que Ele é e tem sido na minha vida, a fim de alcançar também pela escrita aqueles que não consigo alcançar com minha voz.

Bem vindos (outra vez) ao blog Uma Geração de Adoradores! ;-)